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Blog do Diocese

Dom Adimir

“Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”

Por Diocese

Minha saudação a todos os irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese. Os textos da Palavra de Deus, desse Domingo, chamam a nossa atenção para a relação do ser humano com os bens materiais, especialmente as riquezas, acentuando o perigo de usá-los com a finalidade de explorar os outros, a partir de um comportamento soberbo, o qual deixa que o amor ao dinheiro domine a vida. Os textos sagrados nos alertam para o convite em perceber que os bens terrenos são passageiros, temporários, e que devemos usá-los com responsabilidade e justiça, buscando sempre aquilo que é “[...] agradável a Deus, nosso Salvador; ele quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2, 4).

A Palavra desta liturgia dominical, em consonância com o ano jubilar e o mês da Bíblia, coloca-nos diante da esperança cristã, que não é ingênua, nem ilusória, pois se fundamenta na fé em Deus que é fiel e não nos decepciona (cf. Rm 5, 5). No contexto do Jubileu 2025, somos chamados a purificar nossa relação com Deus, com os outros, com nós mesmos e com o mundo, especialmente em relação aos bens temporais, descobrindo que só em Deus está a riqueza verdadeira, plena e eterna. O administrador da parábola, mencionado no Evangelho de Lucas, mostra astúcia, não necessariamente honestidade. A esperteza do administrador desonesto nos coloca diante de uma pergunta: Será que usamos o que temos para construir algo de valor perene, eterno, ou apenas para garantir conforto e bem-estar momentâneos? Sem dúvida, à luz dos ensinamentos de Jesus, diremos que os bens terrenos são passageiros e devem ser usados com inteligência para o bem comum. O núcleo do passo evangélico está na afirmação de Jesus: “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Lc 16, 13c). Precisamos compreender que Jesus não louva a corrupção, mas sim elogia a esperteza de quem sabe se preparar para os dias futuros. Dessa forma, duas lições podem ser extraídas do evangelho de hoje: de um lado, Jesus nunca condena os bens deste mundo, o dinheiro e as riquezas, mas nos alerta de que a busca desenfreada pelos bens terrenos e o apego exagerado ao dinheiro e aos tesouros mundanos, podem tornar-se obstáculos para o Seu seguimento e à entrada no Reino dos Céus. Vale recordar o que diz Jesus: “Ninguém pode servir a dois senhores. Porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro” (Lc 16, 13ab). De outra parte, o evangelho nos sugere, como cristãos, a que vivamos com perspicácia espiritual, ou seja, coloquemos os bens a serviço do Reino de Deus, sem deixar-nos escravizar por eles. Ademais, ligado ao tema do evangelho, o profeta Amós, na primeira leitura, denuncia a exploração dos pobres e a manipulação econômica, recordando que a Palavra de Deus é sempre profética. O profeta denuncia a injustiça e anuncia esperança de libertação. Assim, a esperança nasce da certeza de que Deus escuta o clamor dos pobres e não se esquece dos pequenos. Isso nos faz concluir, que ao longo da história da salvação, Deus sempre sustentou seu povo em meio às injustiças e perseguições.

Portanto, o ano jubilar, enriquecido pelo mês da Bíblia, recorda-nos que a Palavra de Deus é fonte de esperança. Essa esperança não decepciona, porque não se apoia em ilusões humanas, mas no amor de Deus derramado em nossos corações, conforme afirma São Paulo na Carta aos Romanos, texto citado acima. Dessa forma, tal esperança não significa esperar milagres fáceis, não significa esperar acumular riquezas, mas sim uma esperança que brota da certeza de que Deus é fiel e não abandona os seus.  A liturgia de hoje, nos pede uma profunda reflexão e, porque não dizer, uma forte decisão: a quem serviremos? A Deus ou ao dinheiro? Escolhamos a Deus, pois Ele quer que todos nós participemos de Sua verdade, e Ele não nos decepciona.

Como peregrinos de esperança, levemos às nossas comunidades eclesiais e ao mundo, o testemunho de que a verdadeira riqueza é viver em comunhão com Deus, partilhando dons e bens com os irmãos e irmãs, cuidando dos mais vulneráveis, rezando e trabalhando por justiça, paz e fraternidade. Assim, o Jubileu, deste ano, não será apenas uma celebração com início e fim cronológico, mas um “tempo de graça” para renovar corações e transformar as estruturas, sejam elas humanas ou sociais.

Deus abençoe a todos e bom domingo!

 

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